Como desenvolver a percepção de risco para evitar acidentes de trabalho

O que é a percepção de risco?

A percepção de risco é um conceito fundamental em diversos setores, especialmente na área de engenharia, onde a segurança é uma prioridade constante. Ela pode ser definida como a capacidade de identificar e estar ciente dos perigos existentes no ambiente de trabalho. Desenvolver essa percepção é crucial para prevenir acidentes e promover um ambiente seguro e produtivo.

Fatores que influenciam a percepção de risco

A percepção de risco é influenciada por vários fatores, incluindo:

Heurística: refere-se aos atalhos mentais que as pessoas usam para tomar decisões rápidas. Esses atalhos podem levar a subestimar ou ignorar riscos.

Relevância do tempo: a percepção de risco pode variar conforme o tempo que se tem para avaliar uma situação. Decisões tomadas rapidamente podem não considerar todos os riscos envolvidos.

Controle: a sensação de controle sobre uma situação pode influenciar a percepção de risco. Quanto maior a sensação de controle, menor pode ser a percepção de perigo.

Experiência e familiaridade: trabalhadores experientes e familiares com certas tarefas podem subestimar os riscos devido à rotina e à confiança excessiva.

Legislação e normas sobre percepção de risco

A importância da percepção de risco é destacada na NR 1, revisada pela Portaria SEPRT nº 6.730, de 9 de março de 2020. Esta norma estabelece a obrigatoriedade da adoção de mecanismos de percepção de riscos ocupacionais pelas organizações.

Como desenvolver a percepção de risco nos colaboradores

Desenvolver a percepção de risco envolve um processo contínuo de educação e conscientização. Aqui estão algumas estratégias para fomentar essa habilidade entre os colaboradores:

Treinamentos de conscientização: investir em treinamentos que sensibilizem a equipe sobre questões de segurança é essencial. Isso inclui cursos, workshops e simulações que ajudem a identificar e avaliar riscos.

Cultura de segurança: criar uma cultura de segurança dentro da empresa, onde todos os colaboradores se sintam responsáveis pela identificação e eliminação de riscos.

Comunicação efetiva: estabelecer uma comunicação clara e contínua sobre segurança, utilizando diversos canais como banners, mensagens nos crachás, telas de computador e dispositivos móveis. A comunicação deve ser tanto corporativa quanto específica para tarefas diárias.

Análise e planejamento de tarefas: utilizar ferramentas como análise preliminar de risco (APR) e permissão de trabalho (PT) para planejar e avaliar atividades rotineiras, identificando e mitigando riscos potenciais.

Trabalho com crenças e valores: entender que cada colaborador possui um histórico de vida e experiências que moldam seu comportamento em relação à segurança. Projetos de comportamento seguro (BBS – behavior-based safety) podem ajudar a alinhar crenças e valores individuais com práticas seguras.

Os cinco sentidos da segurança

Para melhorar a percepção de risco, pode-se utilizar uma abordagem baseada nos cinco sentidos humanos:

Visão: observar o ambiente de trabalho em busca de anormalidades ou riscos visíveis.

Audição: estar atento a sons irregulares que possam indicar problemas ou falhas nos equipamentos.

Olfato: identificar odores estranhos que possam sinalizar a presença de substâncias tóxicas ou perigosas.

Paladar: embora menos comum, a percepção de gostos estranhos pode indicar a presença de contaminantes.

Tato: sentir a textura e a temperatura de superfícies pode ajudar a identificar riscos como acúmulo de sujeira ou substâncias nocivas.

Conclusão

A percepção de risco é uma habilidade crucial que deve ser constantemente desenvolvida e aprimorada. Ao investir em treinamentos, criar uma cultura de segurança e utilizar ferramentas adequadas de comunicação e planejamento, as empresas podem promover um ambiente de trabalho seguro e eficiente. Além disso, a aplicação dos cinco sentidos pode ajudar os colaboradores a identificar e mitigar riscos de forma proativa. A adoção dessas práticas não só reduz a incidência de acidentes, mas também contribui para a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, fortalecendo a produtividade e a confiança dentro da organização.

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